quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Você vai se surpreender: colocar isto no seu umbigo vai ajudá-lo contra gripe, tosse e dor menstrual

Às vezes, nos perguntamos por que algumas receitas eficientes que eram usadas nos tempos dos nossos avós caíram no esquecimento.

Será porque ficamos muito materialistas e deixamos de dar valor às coisas simples que não têm comprovação científica?

Ou porque gostamos de gastar dinheiro em farmácia?

Essas são algumas das hipóteses.

O fato é que, infelizmente, muitas receitas antigas foram esquecidas.

Uma das tarefas do Cura pela Natureza é resgatar essas receitas para que as novas gerações tomem conhecimento e se beneficiem delas.

Neste post, vamos "ressuscitar" um método muito usado pelas vovós no passado.

Ele é superfácil e não requer nenhum esforço especial.

É um tratamento totalmente inofensivo.



E no passado, era muito usado para combater gripe, tosse, dor musculares e cólicas menstruais.

Você só vai precisar de um pedaço de algodão e de álcool.

Nada mais do que isso.

E tudo o que você tem a fazer é molhar essa pedaço de algodão com álcool e colocar no seu umbigo.

Depois, fixe-o com um curativo ou cubra com um pano ou bolsa de plástico, enfim, com o que seja melhor e mais prático para você.

É importante apenas que esse algodão embebido em álcool fique firme sobre seu umbigo pelo tempo necessário em que você sentirá alívio dos sintomas.

No caso de dores da menstruação, é bom se deitar por alguns minutos enquanto faz a aplicação.

E, se seu problema for dor de barriga (que não seja sintoma de nenhuma doença grave, como apendicite), este método também pode ser útil.

Mas terá que haver neste caso uma pequena mudança na receita: você terá de colocar um pouco de sal no algodão molhado com álcool.

É realmente muito simples, não é?

E como dissemos: sem o risco de causar efeitos desagradáveis, como algumas medicações que consumimos sem prescrição médica, a exemplo de muitos antigripais.


Fonte: Cura pela Natureza

O Brasil Consome 14 Agrotóxicos Proibidos no Mundo. Saiba o porquê disso!

Especialista indica que pelo menos 30% de 20 alimentos analisados não poderiam estar na mesa do brasileiro
Os indicadores que apontam o pujante agronegócio como a galinha dos ovos de ouro da economia não incluem um dado relevante para a saúde: o Brasil é maior importador de agrotóxicos do planeta.
Consome pelo menos 14 tipos de venenos proibidos no mundo, dos quais quatro, pelos riscos à saúde humana, foram banidos no ano passado, embora pesquisadores suspeitem que ainda estejam em uso na agricultura.
Em 2013 foram consumidos um bilhão de litros de agrotóxicos no País – uma cota per capita de **5 litros por habitante e movimento de cerca de R$ 8 bilhões no ascendente mercado dos venenos.
Dos agrotóxicos banidos, pelo menos um, o Endosulfan, prejudicial aos sistemas reprodutivo e endócrino, aparece em 44% das 62 amostras de leite materno analisadas por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) no município de Lucas do Rio Verde, cidade que vive o paradoxo de ícone do agronegócio e campeã nacional das contaminações por agrotóxicos. Lá se despeja anualmente, em média, 136 litros de venenos por habitante.
Na pesquisa coordenada pelo médico professor da UFMT Wanderlei Pignati, os agrotóxicos aparecem em todas as 62 amostras do leite materno de mães que pariram entre 2007 e 2010, onde se destacam, além do Endosulfan, outros dois venenos ainda não banidos, oDeltametrina, com 37%, e o DDE, versão modificada do potente DDT, com 100% dos casos. Em Lucas do Rio Verde, aparecem ainda pelo menos outros três produtos banidos, o Paraquat, que provocou um surto de intoxicação aguda em crianças e idosos na cidade, em 2007, o Metamidofóis, e o Glifosato, este, presente em 70 das 79 amostras de sangue e urina de professores da área rural junto com outro veneno ainda não proibido, o Piretroides.
Na lista dos proibidos em outros países e que ainda estão em uso no Brasil estão o Tricolfon, Cihexatina, Abamectina, Acefato, Carbofuran, Forato, Fosmete, Lactofen, Parationa Metílica e Thiram.

Chuva de lixo tóxico

“São lixos tóxicos na União Europeia e nos Estados Unidos. O Brasil lamentavelmente os aceita”, diz a toxicologista Márcia Sarpa de Campos Mello, da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional e Ambiental do Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado aoMinistério da Saúde. Conforme aponta a pesquisa feita em Lucas do Rio Verde, os agrotóxicos cancerígenos aparecem no corpo humano pela ingestão de água, pelo ar, pelo manuseio dos produtos e até pelos alimentos contaminados.
Venenos como o Glifosato são despejados por pulverização aérea ou com o uso de trator, contaminam solo, lençóis freáticos, hortas, áreas urbanas e depois sobem para atmosfera. Com as precipitações pluviométricas, retornam em forma de “chuva de agrotóxico”, fenômeno que ocorre em todas as regiões agrícolas mato-grossenses estudadas. Os efeitos no organismo humano são confirmados por pesquisas também em outros municípios e regiões do país.
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo a pesquisadora do Inca, mostrou níveis fortes de contaminação em produtos como o arroz, alface, mamão, pepino, uva e pimentão, este, o vilão, em 90% das amostras coletadas. Mas estão também em praticamente toda a cadeia alimentar, como soja, leite e carne, que ainda não foram incluídas nas análises.
O professor Pignati diz que os resultados preliminares apontam que pelo menos 30% dos 20 alimentos até agora analisados não poderiam sequer estar na mesa do brasileiro. Experiências de laboratórios feitas em animais demonstram que **os agrotóxicos proibidos na União Europeia e Estados Unidos são associados ao câncer e a outras doenças de fundo neurológico, hepático, respiratórios, renais e má formação genética.

Câncer em alta

A pesquisadora do Inca lembra que os agrotóxicos podem não ser o vilão, mas fazem parte do conjunto de fatores que implicam no aumento de câncer no Brasil cuja estimativa, que era de 518 mil novos casos no período 2012/2013, foi elevada para 576 mil casos em 2014 e 2015. Entre os tipos de câncer, os mais suscetíveis aos efeitos de agrotóxicos no sistema hormonal são os de mama e de próstata. No mesmo período, segundo Márcia, o Inca avaliou que ocâncer de mama aumentou de 52.680 casos para 57.129.
Na mesma pesquisa sobre o leite materno, a equipe de Pignatichegou a um dado alarmante, discrepante de qualquer padrão: num espaço de 10 anos, os casos de câncer por 10 mil habitantes, em Lucas do Rio Verde, saltaram de 3 para 40. Os problemas de malformação por mil nascidos saltaram de 5 para 20. Os dados, naturalmente, reforçam as suspeitas sobre o papel dos agrotóxicos.
Pingati afirma que os grandes produtores desdenham da proibição dos venenos aqui usados largamente, com uma irresponsável ironia: “Eles dizem que não exportam seus produtos para a União Europeia ou Estados Unidos, e sim para mercados africanos e asiáticos.”
Apesar dos resultados alarmantes das pesquisas em Lucas do Rio Verde, o governo mato-grossense deu um passo atrás na prevenção, flexibilizando por decreto, no ano passado, a legislação que limitava a pulverização por trator a 300 metros de rios, nascentes, córregos e residências. “O novo decreto é um retrocesso. O limite agora é de 90 metros”, lamenta o professor.
“Não há um único brasileiro que não esteja consumindo agrotóxico. Viramos mercado de escoamento do veneno recusado pelo resto do mundo”, diz o médico Guilherme Franco Netto, assessor de saúde ambiental da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Diante da probabilidade de agravamento do cenário com o afrouxamento legal, a Fiocruz emitiu um documento chamado de “carta aberta”, em que convoca outras instituições de pesquisa e os movimentos sociais do campo ligados à agricultura familiar para uma ofensiva contra o poder (econômico e político) do agronegócio e seu forte lobby em toda a estrutura do governo federal.

Reação da Ciência

A primeira trincheira dessa batalha mira justamente o Palácio do Planalto e um decreto assinado, no final do ano passado, pela presidente Dilma Rousseff. Regulamentado por portaria, a medida é inspirada numa lei específica e dá exclusividade ao Ministério da Agricultura - histórico reduto da influente bancada ruralista no Congresso - para declarar estado de emergência fitossanitária ou zoo-sanitária diante do surgimento de doenças ou pragas que possam afetar a agropecuária e sua economia.
Essa decisão, até então era tripartite, com a participação doMinistério da Saúde, através da Anvisa, e do Ministério do Meio Ambiente, pelo Ibama. O decreto foi publicado em 28 de outubro. Três dias depois, o Ministério da Agricultura editou portaria declarando estado de emergência diante do surgimento de uma lagarta nas plantações, a Helicoverpa armigera, permitindo, então, para o combate, a importação de Benzoato de Emamectina, agrotóxico que a multinacional Syngenta havia tentado, sem sucesso, registrar em 2007, mas que foi proibido pela Anvisa por conter substâncias tóxicas ao sistema neurológico.
Na carta, assinada por todo o conselho deliberativo, a Fiocruzdenuncia “a tendência de supressão da função reguladora do Estado”, a pressão dos conglomerados que produzem os agroquímicos, alerta para os inequívocos “riscos, perigos e danos provocados à saúde pelas exposições agudas e crônicas aos agrotóxicos” e diz que com prerrogativa exclusiva à Agricultura, a população está desprotegida.
A entidade denunciou também os constantes ataques diretos dos representantes do agronegócio às instituições e seus pesquisadores, mas afirma que continuará zelando pela prevenção e proteção da saúde da população. A entidade pede a “revogação imediata” da lei e do decreto presidencial e, depois de colocar-se à disposição do governo para discutir um marco regulatório para os agrotóxicos, fez um alerta dramático:
“A Fiocruz convoca a sociedade brasileira a tomar conhecimento sobre essas inaceitáveis mudanças na lei dos agrotóxicos e suas repercussões para a saúde e a vida.”
Para colocar um contraponto às alegações da bancada ruralista no Congresso, que foca seu lobby sob o argumento de que não há nexo comprovado de contaminação humana pelo uso de veneno nos alimentos e no ambiente, a Fiocruz anunciou a criação de um grupo de trabalho que, ao longo dos próximos dois anos e meio, deverádesenvolver a mais profunda pesquisa já realizada no país sobre os efeitos dos agrotóxicos – e de suas inseparáveis parceiras, as sementes transgênicas – na saúde pública.
O cenário que se desenha no coração do poder, em Brasília, deve ampliar o abismo entre os ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento, de um lado, e da Saúde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, de outro. Reflexo da heterogênea coalizão de governo, esta será também uma guerra ideológica em torno do modelo agropecuário.
“Não se trata de esquerdismo desvairado e nem de implicância com o agronegócio. Defendemos sua importância para o país, mas não podemos apenas assistir à expansão aguda do consumo de agrotóxicos e seus riscos com a exponencial curva ascendente nos últimos 6 anos”, diz Guilherme Franco Netto.
A queda de braços é, na verdade, para reduzir danos do modelo agrícola de exportação e aumentar o plantio sem agrotóxicos.

Caso de Polícia

“A ciência coloca os parâmetros que já foram seguidos em outros países. O problema é que a regulação dos agrotóxicos está subordinada a um conjunto de interesses políticos e econômicos. A saúde e o ambiente perderam suas prerrogativas”, afirma o pesquisador Luiz Cláudio Meirelles, da Fiocruz. Até novembro de 2012, durante 11 anos, ele foi o organizador gerente de toxicologia da Anvisa, setor responsável por analisar e validar os agrotóxicos que podem ser usados no mercado.
Meirelles foi exonerado uma semana depois de denunciar complexas falcatruas, com fraude, falsificação e suspeitas de corrupção em processos para liberação de seis agrotóxicos.
Meirelles tinha a função de banir os agrotóxicos nocivos à saúde e acabou sendo banido do setor de toxicologia”, diz sua colega doIncaMárcia Sarpa de Campos Mello. A denúncia resultou em dois inquéritos, um na Polícia Federal, que apura suposto favorecimento a empresas e suspeitas de corrupção, e outro cível, no MPF. Nesse, uma das linhas a serem esclarecidas são as razões que levaram o órgão a afastar Meirelles.
As investigações estão longe de terminar, mas forçaram já a Anvisa– pressionada pelas suspeitas –, a executar a maior devassa já feita em seu setor de toxicologia, passando um pente fino em 796 processos de liberação avaliados desde 2008. A PF e o MPF, por sua vez, estão debruçados no órgão regulador que funciona como o coração do agronegócio e do mercado de venenos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O que são (e não são) emoções


LISA FELDMAN BARRETT - THE NEW YORK TIMES

Regiões do cérebro como as amídalas são evidentemente importantes para a emoção, mas não são necessárias nem são suficientes para ela


Pesquisa aponta que o cérebro não é uma máquina compartimentada para cada função psicológica distinta
Pesquisa aponta que o cérebro não é uma máquina compartimentada para cada função psicológica distinta

Nossos sentidos aparentemente nos mostram o mundo como ele é, mas se enganam facilmente. Por exemplo, se você ouve uma sinfonia pelos alto-falantes estéreo colocados no lugar exatamente correto, a orquestra soará como se estivesse dentro de sua cabeça. Obviamente, não é isso que acontece.
Mas suponhamos que você confie totalmente nos seus sentidos. Poderá se fazer perguntas científicas bem intencionadas, porém disparatadas como: "Onde se localiza no cérebro a seção dos instrumentos de madeira?". Mais razoável será não perguntar onde, mas como: "Como é que o cérebro trabalha a experiência pela qual ele ouve a orquestra no seu cérebro?"
Meu objetivo é tentar acabar com um sério equívoco a respeito das emoções. A maioria das pessoas, inclusive muitos cientistas, acredita que as emoções são entidades distintas, que se encontram em algum lugar dentro de nós - entretanto, não é nada disso. Buscar emoções desta maneira é tão equivocado quanto buscar clarinetes e oboés cerebrais.
Evidentemente, sentimos raiva, felicidade, surpresa e outras emoções como estados claros e identificáveis. O que implica aparentemente que cada emoção é uma propriedade subjacente ou uma "essência" no cérebro ou no corpo. Talvez um colega irritante desencadeie seus "neurônios da raiva", então sua pressão arterial sobe; você fecha a cara, berra e está no ápice da fúria. Ou a perda de um ente querido desencadeia os seus "neurônios da tristeza", de maneira que seu estômago começa a doer; você contrai os músculos faciais, se desespera, e chora. Ou uma notícia alarmante provoca seus "neurônios do medo", e o seu coração dispara; você gela e sente uma fisgada de pavor.
Estas características são consideradas as únicas "impressões digitais" biológicas, por assim dizer, de cada emoção. Cientistas e empresas de tecnologia gastam enormes quantidades de tempo e dinheiro tentando localizar estas impressões digitais, na esperança de identificar um dia suas emoções pelos movimentos dos seus músculos faciais, pelas mudanças do seu corpo e pelos sinais elétricos do seu cérebro. Alguns estudos científicos aparentemente respaldam a existência destas impressões. Contudo, há muitos outros estudos que discordam quanto ao que estas impressões sejam, e inúmeros outros indicam que não existe qualquer impressão digital.
Comecemos pela neurociência. O Laboratório Interdisciplinar de Ciências Afetivas (que eu dirijo) analisou coletivamente estudos de imagens do cérebro publicados de 1990 a 2011 que examinaram medo, tristeza, raiva, nojo e felicidade. Dividimos o cérebro humano praticamente em minúsculos cubos, como pixels em 3-D, e calculamos a probabilidade de que os estudos de cada emoção encontrassem um aumento da ativação em cada cubo.
Mas o que descobrimos foi principalmente que nenhuma região do cérebro estava relacionada a uma única emoção. Também descobrimos que cada suposta região do cérebro correspondente a "emoções" aumentava sua atividade durante pensamentos não emocionais e também percepções.
A região mais conhecida do cérebro onde se encontrariam as "emoções" é a das amídalas, um grupo de núcleos localizados no fundo dos lobos temporais. Desde 2009, foram publicados pelo menos 30 artigos da imprensa popular que afirmavam que o medo é causado por neurônios que disparam nas amídalas. 
Entretanto, somente 25% dos experimentos que analisamos mostraram um aumento da atividade das amídalas durante a experiência do medo. Na realidade, sabemos há muito tempo que certos comportamentos provocados pelo "medo", como a fuga, não têm nada a ver com as amídalas.
Outra evidência contrária à relação amídalas-medo é a encontrada num par de gêmeos idênticos, conhecidos na literatura cientifica como BG e AM, que sofrem de uma doença genética que apaga as amídalas. BG tem dificuldade de sentir medo em quase todas as situações mais extremas, mas AM tem uma vida emocional normal.
Regiões do cérebro como as amídalas são evidentemente importantes para a emoção, mas não são necessárias nem são suficientes para ela. Em geral, o cérebro não é uma máquina compartimentada para cada função psicológica distinta. Ao contrário, uma única área cerebral como as amídalas participa de muitos eventos mentais diferentes, e muitas áreas cerebrais diferentes são capazes de produzir o mesmo resultado. No laboratório, descobrimos que emoções como medo e raiva, são trabalhadas conjuntamente pelas redes cerebrais multiuso.
Se as emoções não são entidades neurais distintas, terão elas um padrão corporal - frequência cardíaca, respiração, transpiração, temperatura e assim por diante?
A resposta é não. Analisamos mais de 200 estudos publicados, que cobrem cerca de 22 mil sujeitos de testes, e não encontramos no nosso corpo impressões digitais consistentes e específicas para qualquer emoção. Ao contrário, o corpo age de diversas maneiras relacionadas à situação. Até um rato diante de uma ameaça (como o cheiro de gato) foge, congela ou luta, dependendo do contexto em que se encontra.
O mesmo ocorre com o rosto humano. Muitos cientistas supõem que o rosto transmite de maneira clara e fiel uma emoção (cara irada, rosto fechado de tristeza, olhos esbugalhados de medo, nariz franzido quando sentimos nojo). Mas uma série cada vez maior de evidências sugere que não é isto que acontece. 
Quando aplicamos eletrodos sobre o rosto de uma pessoa e medimos os movimentos dos músculos durante a raiva, por exemplo, constatamos que ela faz uma ampla variedade de movimentos, não apenas a cara irada estereotipada.
Charles Darwin acabou com a ideia das essências em biologia. Ele observou que uma espécie não é um tipo único de ser com um conjunto fixo de atributos, mas uma população de indivíduos extremamente variados, cada um dos quais está mais ou menos adaptado ao seu ambiente.
Analogamente, cada uma das palavras que descrevem emoções como "raiva", "felicidade" e "medo" nomeia uma série de estados biológicos diferentes que variam dependendo do contexto. Quando estamos zangados com os nossos colegas, às vezes nossa frequência cardíaca acelera, outras vezes diminui e outras ainda permanece inalterada. Podemos fazer cara feia ou sorrir enquanto maquinamos nossa vingança. Podemos gritar ou ficar em silêncio. A regra é a variação.
Esta percepção não é apenas acadêmica. Quando pesquisadores da área de medicina perguntam: "Qual é a relação entre raiva e câncer?" como se houvesse uma única coisa chamada "raiva" no corpo, eles cometem este erro. Quando os seguranças do aeroporto são treinados na suposição de que os movimentos faciais e corporais são indicadores confiáveis de sentimentos profundos, os contribuintes podem ter a certeza de que seu dinheiro está sendo desperdiçado.
A facilidade com que experimentamos emoções, e a facilidade com a qual vemos as emoções nos outros, não significa que cada emoção tem um esquema distinto no rosto, corpo ou cérebro. Em vez de perguntar onde estão as emoções ou quais são os padrões corporais que as definem, deveríamos abandonar este essencialismo e fazer a pergunta mais reveladora: "Como é que o cérebro trabalha estas incríveis experiências?"
Lisa Feldman Barrett é professora de Psicologia da Northeastern University e autora do livro a ser lançado em breve ‘How Emotions Are Made: The New Science of the Mind and Brain’
Tradução de Anna Capovilla
Fonte: Vida e Estilo

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Como eliminar a dor usando uma simples folha de papel alumínio




Lá na Roça
Você vai aprender agora um tratamento muito diferente.
Mas não ligue para o fato de ele ser, digamos, “estranho”.
Afinal, quem já o fez garante que ele é excelente para combater vários tipos de dor, como nas costas, nos ombros, pescoço, joelhos e no calcanhar (aquela dor que não permite que você ande normalmente).
E como é feito esse tratamento?
Com folha de papel alumínio!
Isso mesmo, folha de papel alumínio!
Não, você não vai comer papel-alumínio, pois a ingestão de alumínio é tóxica.
Mas, antes de ensinar como se faz, vamos mostrar a lógica do tratamento e por que ele funciona.
Pode acreditar, papel alumínio não serve somente para o cozimento de alimentos, ele também trata a dor.
E isso não é novidade.
O uso de folhas de papel alumínio para aliviar a dor consta nos livros de Wilhelm Reich, médico, psicanalista, cientista e colaborador de Sigmund Freud.
Mas qual o sentido desse tratamento e por que ele funciona?


Há algumas teorias, como a do cientista russo A.V. Skvortsov, segundo o qual o corpo humano é um núcleo de células que interagem diretamente com o campo magnético da Terra e, ao colocar papel alumínio na área afetada, ocorreria o aumento dessa interação.
Outra, mais simples, é que o alumínio produz calor e esse calor seria benéfico para tratar a dor.
Mas o fato é que quem faz garante: funciona!
E não custa tentar, não é?
Você está “louco” para saber como é feito o tratamento, certo?
Calma, é muito simples.


Envolva a região da dor com uma folha de papel alumínio. 
Deve ser um pedaço suficientemente largo para cobrir toda a área afetada.
A parte brilhante do papel fica em contato com o local da dor.
Se for preciso, use uma fita adesiva para ajudar a fixar o papel.
O ideal é fazer à noite, antes de dormir, pois o alumínio precisa ficar em contato com a área dolorida por umas 10 ou 12 horas.
Faça o tratamento por 12 dias seguidos.
Depois espere duas semanas e repita se necessário.
A terapia da folha de alumínio é aplicada em diferentes tipos de dor, incluindo dor no pescoço, costas, braços, pernas, joelhos, ciática, gota, artrite reumatoide, juntas (ácido úrico) e esporão de calcanhar.
Em algumas pessoas, a dor desaparece rapidamente, o que comprova o potente efeito anti-inflamatório do tratamento

fonte. - See more at: http://www.curapelanatureza.com.br/2015/06/

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Terapia fotodinâmica pode ajudar no tratamento do câncer

Terapia fotodinâmica pode ajudar no tratamento do câncer

João Paulo Tardivo/FAPESP
Terapia fotodinamica
Terapia fotodinâmica: objetivo é encontrar compostos ainda mais eficazes, que possam ter efeito em menores doses e com menos luz
Karina Toledo, da AGÊNCIA FAPESP
A terapia fotodinâmica – na qual são utilizados fármacos que, ao serem ativados pela luz, geram substâncias oxidantes capazes de induzir a morte celular – é considerada importante candidata no tratamento do câncer e de diversos tipos de infecção.
No Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), o grupo liderado pelo professor Mauricio da Silva Baptista se dedica a investigar, com apoio daFAPESP, os mecanismos de ação de diversas moléculas fotossensíveis.
O objetivo é encontrar compostos ainda mais eficazes, que possam ter efeito em menores doses e com menos luz – o que permitiria agir em camadas mais profundas da derme.

Uma das moléculas investigadas – um complexo inorgânico formado pelo metal rutênio e diversos tipos de ligantes – foi descrita recentemente em um artigo publicado no Journal of the American Chemical Society.
“Esse estudo foi inovador em dois aspectos. Primeiro porque, enquanto a maioria dos fármacos fotossensíveis usados é orgânica, descrevemos uma mistura de elementos orgânicos e inorgânicos. Segundo, pela descrição de um mecanismo de ação diferente e mais poderoso que outros já conhecidos”, disse Baptista.
De acordo com o pesquisador, grande parte dos fármacos fotossensíveis induz a morte celular pela geração de moléculas de oxigênio singlete, uma substância altamente oxidante que pode danificar proteínas, ácidos nucleicos e a membrana celular.
Há ainda substâncias que, quando fotoativadas, ligam-se ao DNA existente no núcleo da célula-alvo, impedindo que ela se reproduza.
“O complexo de rutênio age das duas formas ao mesmo tempo. Em testes feitos com cultura de células no laboratório ele se mostrou quatro vezes mais eficiente que um composto que apenas gera oxigênio singlete. Foi ainda cerca de 170 vezes mais eficaz quando comparado a uma substância capaz apenas de se ligar ao DNA”, disse Baptista.
O complexo inorgânico de rutênio foi uma das 50 substâncias sintetizadas por um grupo de pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, que estão sendo testadas no IQ-USP.
“Buscamos matar a célula do tumor ou do patógeno com uma quantidade menor de corante fotossensível e com menos luz. Por causa da barreira da pele, não conseguimos colocar muita luz dentro dos tecidos”, explicou o coordenador da pesquisa.
Até o momento, os compostos investigados no IQ foram testados apenas em culturas celulares. Segundo Baptista, é preciso haver interesse da indústria farmacêutica para que a pesquisa possa avançar para a fase de experimentos in vivo.
“Já foram descritos em todo o mundo centenas de fármacos fotossensíveis mais eficientes que os atualmente usados. Mas, até hoje, menos de dez avançaram para a clínica. As farmacêuticas resistem, pois não estão acostumadas a lidar com a luz. É preciso novas parcerias para criar algo totalmente diferente em sua linha de produção”, avaliou Baptista.
Evitando amputações
Paralelamente à prospecção de novos compostos, Baptista estuda, em parceria com médicos, o efeito da fototerapia feita com substâncias já conhecidas – como o azul de metileno – em doenças como melanoma, leishmaniose, micose, sarcoma de Kaposi (câncer que afeta o tecido conjuntivo e frequentemente está associado à infecção pelo HIV), câncer ginecológico e pé diabético.
Por meio de uma parceria com o angiologista João Paulo Tardivo, no Hospital de Ensino Padre Anchieta ligado à Faculdade de Medicina do ABC, já foram tratados mais de 200 portadores de pé diabético – complicação da diabetes que pode envolver úlceras, infecções, osteomielite (infecção nos ossos), neuropatia (perda de sensibilidade nos nervos), isquemia e trombose.
O tratamento convencional é feito com antibióticos, mas muitas vezes não surte efeito porque a microcirculação está comprometida e o medicamento não chega até o foco da infecção.
Segundo Tardivo, a terapia fotodinâmica já foi aplicada em mais de 200 pessoas atendidas no ambulatório de São Bernardo do Campo.
Desses, 70 já haviam desenvolvido osteomielite e, caso fosse mantido apenas o tratamento convencional, provavelmente teriam sofrido amputações. Graças à terapia fotodinâmica, 62 deles tiveram alta e apenas 8 precisaram ser amputados.
“O pé diabético é uma condição com vários graus de gravidade. Desenvolvemos um índice e um algoritmo para determinar em quais casos – levando em conta fatores como a presença ou não de úlcera, sua localização, a presença ou não de infecção e de isquemia – a terapia fotodinâmica pode evitar a amputação de um dedo ou até mesmo de todo o pé. De maneira geral, podemos dizer que em 65% dos casos conseguimos evitar a amputação”, contou Tardivo.
Em um estudo publicado em 2014 na revista Photodiagnosis and Photodynamic Therapy, os pesquisadores compararam os resultados do tratamento de 18 pacientes com osteomielite submetidos à terapia fotodinâmica com o de 16 tratados apenas com antibióticos (grupo controle).
No grupo controle, todos sofreram amputação de pelo menos um dos dedos. No grupo da fototerapia, apenas um precisou de amputação.
“Por uma questão ética, não me senti à vontade de não tratar pacientes que, de acordo com o algoritmo que desenvolvemos, poderiam se beneficiar com a terapia fotodinâmica. Então, para compor o grupo controle, escolhemos 16 casos do ano anterior com o mesmo diagnóstico do grupo que seria tratado e que já haviam chegado a um desfecho”, explicou Tardivo.
Exames de raio X revelaram que, em um dos pacientes, a fototerapia aparentemente promoveu a regeneração do tecido ósseo. Mas os mecanismos que levaram à melhora, de acordo com os pesquisadores, ainda precisam ser investigados.
Baptista e Tardivo planejam agora realizar um estudo multicêntrico para reforçar as evidências favoráveis ao uso da terapia fotodinâmica no tratamento do pé diabético, de forma que ela possa deixar de ser considerada experimental e possa entrar para a rotina clínica.
“Se houver uma uniformidade de resultados nos vários centros participantes, creio que teremos evidências suficientes. É um método de baixo custo e eficaz”, afirmou Tardivo.
Redoxoma
A partir de 2013, os estudos de Baptista passaram a ser realizados no âmbito do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP.
Os resultados mais recentes foram apresentados no dia 5 de fevereiro, durante o primeiro encontro dos pesquisadores do Redoxoma com membros do comitê de avaliadores internacionais.
“Esta foi a primeira vez que todas as pesquisas em andamento e as metas do CEPID foram apresentadas juntas. Isso é muito positivo, pois ajuda a criar um esprit de corps (espírito de equipe)”, comentou Ohara Augusto, professora do IQ-USP e coordenadora do Redoxoma.
O avaliador Rafael Radi, da Faculdade de Medicina da Universidad de la República, do Uruguai, classificou o progresso do grupo como “muito bom em todas as dimensões”.
“O grupo de pesquisadores é excepcional e trabalha em forte sinergia. Além disso, os tópicos pesquisados são relevantes para a área biomédica e biotecnológica. Os estudantes estão em projetos muito bons. Existem pessoas exclusivamente dedicadas aos componentes de educação e inovação o que tem feito essas áreas avançar de forma sólida”, afirmou à Agência FAPESP.
A única ressalva feita por Radi foi a necessidade de melhores instalações para estudos com animais.Tópicos: Agência FapespCâncerDoençasQuímica
Fonte: Revista Exame