Escondido sob a terra, muita gente não tem ideia dos benefícios que esse vegetal pode trazer. O consumo do tubérculo, parente do cará e da batata-doce, melhora o funcionamento do sistema imunológico, a qualidade do sangue e, por ser altamente nutritivo e medianamente calórico, é uma boa opção também para quem está de dieta. Há poucas pesquisas acadêmicas sobre as aplicações médicas, mas a experiência já elevou o vegetal à categoria de alimento funcional. "Grande parte das propriedades funcionais do inhame se deve à presença de um fito-hormônio chamado diosgenina, que há muito tempo tem sido usado pela indústria farmacêutica em geral", diz a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional (SP).
As principais beneficiadas são as mulheres. Desde que a reposição hormonal na menopausa foi colocada sob suspeita - há várias pesquisas indicando que aumenta a incidência de câncer -, a diosgenina transformou-se em um tratamento alternativo para os calores, o ressecamento da mucosa e outros sintomas que acompanham essa fase. "Um estudo avaliou a ação desse fito-hormônio na saúde da mulher pós-menopausa e concluiu que a ingestão de inhame por 30 dias equilibra os níveis hormonais", diz Roseli. "Seus efeitos são benéficos também para reduzir a irritabilidade durante a tensão pré-menstrual", completa a nutricionista.
A ingestão de inhame por 30 dias equilibra os níveis hormonais
A ação da diosgenina vai muito além dos hormônios. Ela atua diminuindo a absorção intestinal do colesterol e aumentando sua excreção. "Em estudos com animais, ela também reduziu os níveis plasmáticos e hepáticos do colesterol total e aumentou a presença de enzimas antioxidantes", informa a especialista. "Esses resultados também sugerem que a diosgenina melhora o perfil lipídico dos indivíduos, além de diminuir o processo oxidativo", acrescenta.
Consumir inhame todos os dias é uma boa dica também para as mulheres que estão tentando engravidar. "O vegetal contém fitoestrógenos, que bloqueiam a ação dos estrógenos no organismo. Ao fazer isso, aumenta a ação das gonadotrofinas, o que resulta em uma quantidade maior de folículos produzidos pelos ovários, melhorando a chance de gravidez", diz Frederick Naftolin, professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da escola de medicina da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos.
Durante a década de 1990, Naftolin estudou uma comunidade que vive em Salvador, descendentes de africanos e grandes consumidores de inhame, cuja taxa de gestação de gêmeos é altíssima. "Não demos continuidade ao estudo porque a comunidade é muito heterogênea, o que dificultou chegar a uma conclusão. Mas estou convencido de que o inhame pode influir na fertilidade."
Matéria retirada da Revista Viva Saúde, Ed.119, Por Ivonete Lucirio
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